Há exatos 40 anos, o cientista cearense Expedito Parente criou o biodiesel, um óleo combustível derivado de plantas oleaginosas capaz de substituir, com vantagens, o diesel derivado de petróleo usado pelas indústrias pesadas, caminhões, usinas geradoras e outros equipamentos. Surgia a descoberta que poderia revolucionar o mundo no que tange à produção de combustíveis de fonte renováveis.
A coisa era tão séria que o então ministro da Aeronáutica, Délio Jardim de Matos, entusiasmado, mandou que as pesquisas de Expedito continuassem no Centro Tecnológico da Aeronáutica, em São José dos Campos.
Era a ditadura militar e nada foi revelado sobre o trabalho, considerado assunto reservado de segurança nacional. Pois bem. Logo o biodiesel provou ser o combustível do futuro, nascido do país que tem melhores condições em todo o mundo para produzí-lo: a nossa Pindorama. Entre 1980 e 1984, foram produzidos mais de 300 mil litros do óleo, utilizados em testes.
Paralelamente, Expedito criou o bioquerosene, também originário de oleaginosas, substituto do querosene de aviação. E no dia 24 de outubro de 1984, dia do aviador, um Bandeirante da FAB decolou de São José dos Campos usando o bioqueronse como combustível.
O teste foi um sucesso. E tem mais: em 1980, em Fortaleza, o vice-presidente da República, Aureliano Chaves, e o governador Virgilio Távora, este um dos grandes incentivadores das pesquisas do professor cearense, inauguraram ali na BR-116, a primeira usina produtora de biodiesel, montada pelo Expedito e seu fiel auxiliar Alfredo Rafael Campi, o Lelo. No ano de 1983 a empresa Auto Viação Catarinense, de Blumenau, experimentalmente usando biodiesel, o que foi verdadeiro sucesso; tudo registrado pelas páginas do Jornal d Santa Catarina.
Em 2001, Expedito Parente criou a TECNOBIO, uma empresa que fabrica equipamentos para a produção de biodiesel. De lá para cá, centenas dessas unidades foram montadas no País, produzindo combustível para prefeituras,
indústrias, universidades etc.
Contar essa pequena história do biodiesel é fazer justiça ao seu verdadeiro criador, que não teve a sorte de ser um professor de Harvard. Se fosse, talvez, já tivesse até abocanhado um prêmio Nobel.
Mas o assunto vem à tona apenas para alertar os incautos para essa propaganda enganosa do governo, que agora gasta o dinheiro do contribuinte, dizendo que o biodiesel é obra de agora (nunca, em toda a história deste país), assim como tudo de bom que se fez nesse País desde 1500.
Nenhum comentário:
Postar um comentário