Os folhetos contendo propaganda do governo e críticas à administração anterior, além das apontadas falhas referentes ao superfaturamento e ao sumiço dos exemplares, apresentam um vício bem pior: Violam frontamente o art. 47, parágrafo 1º, da Constituição Federal, que permite apenas publicidade oficial de caráter educativo, informativo e de orientação social, mas proíbe, expressamente, que dela constem símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades. De imediato já se pode ver que a capa da malsinada publicação não contém os símbolos oficiais da República, mas sim a marca pessoal e específica do governo Lula, qual seja, a expressão "Brasil, um país de todos", sobre um fundo multicolorido. Além disso, somente quem acredita que ele não sabia de nada é que vai acreditar também que o conteúdo do texto e a finalidade de sua publicação não constituem pura e simples propaganda eleitoral do presidente-candidato. No mínimo, o Ministério Público deveria investigar a possível prática de ato de improbidade. Vai ser muito difícil para o presidente dizer que não sabia da existência de 5 milhões de exemplares publicados pela própria presidência.
Adilson Abreu Dallari é professor titular de direito administrativo da PUC-SP
2 comentários:
Essa historia tem que acabar, ur-gen-te-men-te.
SDS
Viva:
Pois, alé de que:
Nessa, Freud se freudeu! :-)
Um abraço,
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