Um dos problemas de Lula é que ele não tem defesa possível, porque não pode dizer que seus companheiros de partido e de governo são inocentes. Nunca o faz, aliás. Limita-se a duas canhestras tentativas de tirar o corpo fora:
1 - Entrega os companheiros, sempre que apertado. Anteontem, repetiu a manobra, com uma agravante: misturou até Antonio Palocci no saco geral da "quadrilha", quando Palocci é acusado de outro crime (quebra de sigilo).
2 - Repete, com outra formulação, mas o mesmo sentido, a tese daquela famosa entrevista de Paris, em que afirmou que o PT só faz o que todos os outros fazem "sistematicamente". É o mesmo que dizer: o PT é, sim, uma "quadrilha", mas há outras "quadrilhas" por aí. Tem mais: "quadrilhas" que ele diz agirem desde pelo menos 1985, ou seja, desde o governo de seu agora grande aliado José Sarney.
Posto de outra forma, é a confissão, ainda que tardia, de que o partido e o dirigente que enchiam a boca para se dizerem monopolistas da ética e da moralidade pública não passam de uma baita fraude.
Por Clóvis Rossi
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